quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ta Douleur



Levanta-te, está decidido
Deixe-me te substituir
Vou tomar a tua dor

Docemente sem fazer barulho
Como se desperta a chuva
Vou tomar a tua dor

Ela briga, ela se debate
Mas não resistirá
Vou bloquear o elevador...
Sabotar o interruptor

Mas o que é esta incrustada
Este trovão antes do verão
Suja peste de irmãzinha?

Eu vou confiscá-lo todo
Suas flechazinhas e o seu apito
Vou dá-lo a palmada...
Virá-la da cópia

Mas o que é esta herdeira
Que se banha, que se enfia
Na água tépida de teus rins?

Vou privá-la de sobremesa
Fazer-lhe morder a poeira
De todos estes que não têm mais nada...
De todos estes que não têm mais fome

Diga-me que penetra a ciência
Até quando esta ponte entre as nossas barrigas?
Se tu se machucas aí onde tens medo
Tu não se machucas aí onde eu penso!

O que esta cretina quer
Manteiga ou dinheiro da manteiga
Que tu vives ou que tu morras?

É preciso que ela morra de felicidade
Ou que mude de sapatos
É preciso que ela desabe sob as flores
Mude de cor...
Vou brincar de médico

Diga-me que penetra a ciência
Até quando esta ponte entre as nossas barrigas?
Se tu se machucas aí onde tens medo
Tu não se machucas aí onde eu canto.

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